A Reserva Extrativista do Rio Cajari (RESEX), conhecida localmente como Alto, Baixo e Médio Cajari, é uma Unidade de Conservação (UC) de uso sustentável, criada com o objetivo de assegurar os direitos das comunidades extrativistas e conservar os recursos naturais renováveis existentes na região.
Foi criada pelo Decreto federal n°.99.145, de12 de março de 1990, e modificada pelo Decreto federal s/nº, de 30 de setembro de 1997. Sua área ocupa 501.771 hectares, localizados no extremo sul do Estado do Amapá. Compreende os territórios dos municípios de Laranjal do Jari, Mazagão e Vitória do Jari. Sua gestão é de responsabilidade do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Diferente da maioria das UCs do Amapá, a Resex não é limitada por outras UCs, sendo mais vulnerável às pressões do entorno. Ao norte, faz limite com o Projeto de Assentamento Agroextrativista do Maracá, cujas atividades estão em harmonia com o objetivo da Resex, uma vez que também visam à sustentabilidade e à preservação ambiental. Em toda a parte leste, limita-se com área costeira do rio Amazonas, que é uma via de transporte fluvial utilizada tanto para escoamento da produção agroextrativista e deslocamento dos moradores quanto para entrada de embarcações ilegais. A BR-156 corta a reserva no sentido norte-noroeste expondo a comunidade e seus recursos a riscos ambientais.
O acesso ao Alto Cajari é via terrestre, pela BR-156. Saindo de Macapá em direção a Laranjal do Jari percorrem-se 200 quilômetros até a Vila Água Branca do Cajari. O acesso ao Baixo e Médio Cajari é via fluvial, através do rio Amazonas, rio Cajari e rio Ajuruxi.
No Alto Cajari, ao norte da UC, ocorre principalmente cerrado e floresta de terra firme. O Médio Cajari, na parte central, é composto principalmente por campos inundáveis. E no Baixo Cajari, na faixa leste da unidade, predominam a floresta de várzea e os campos inundáveis.
São registradas espécies como cutia (Dasyprocta azarae), anta (Tapirus terrestris), cuíca d´água (Chironectes minimus), capivara (Hydrochoeris hydrochaeris), lontra (Lutra longicaudis), ariranhas (Pteronuras brasiliensis), guariba (Alouatta maconnelli), macaco-prego (Cebus apella), mergulhão (Phalacrocorax brasilianus) e carará (Anhinga anhinga).
FONTE: Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Amapá (SEMA/AP), livro: Áreas Protegidas do Amapá. , com apoio de técnicos do ICMBio/AP, da ONG Instituto de Pesquisa e Formação Indígena (IEPÉ).