Estação Ecológica do Maraca-Jipioca

A Estação Ecológica Maraca-Jipioca (ESEC) é uma  Unidade de Conservação (UC) de proteção integral, criada com o objetivo de preservação da natureza e realização de pesquisas científicas. 

Foi criada pelo Decreto federal nº 86.061, de 2 de junho de 1981, comuma área total aproximada de 72.000 hectares. É composta por duas ilhas circundadas pelo oceano Atlântico: Maracá e Jipióca. A maior ilha, Maracá, é dividida pelo igarapé do Inferno em Maracá-Norte e Maracá-Sul. A ilha de Jipióca, bem menor, dada as condições hidrodinâmicas locais, vem progressivamente reduzindo de tamanho.

A Esec está localizada no município de Amapá, na costa atlântica do Estado do Amapá, próximo ao Cabo Norte, separada do continente pelo canal de Carapori (Figura18m). Sua gestão é de responsabilidade do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade-ICMBIO. 

Para se chegar à unidade, partindo da cidade de Macapá, percorrem-se 306 quilômetros pela BR-156 até o município de Amapá. A partir daí o percurso é somente via fluvial.

A área da Estação Ecológica Maraca-Jipioca caracteriza-se como um ambiente estuarino-marinho, com vegetação dominada por campos inundáveis, apresentando também manguezais e floresta de várzea. Sua conservação é importante porque o isolamento insular permite que espécies ali localizadas estabeleçam um processo evolutivo diferenciado do continente. 

Entre as espécies observadas destacam-se o peixe-boi (Trichechus manatus) marinho e de água doce, boto-cinza (Sotalia guianensis), onça-pintada (Panthera onca), veado-galheiro (Odocoileus virginianus), capivara (Hidrochoerus hidrochoeris), cutia (Dasyprocta azarae), macaco-prego (Cebus apella), lontra (Lutra longicaudis), ariranha (Pteronura brasiliensis), guaxinim (Procyon cancrivorus), tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla), tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla), mucura (Didelphis sp), jacaré-açu (Melanosuchus niger)  e guariba (Allouatta maconnelli).

Nos campos inundáveis há uma expressiva população de cerca de mil cabeças de búfalos asselvajados. Estes animais erodem os campos, desequilibram a cadeia alimentar e reduzem o território destinado às demais espécies.

É uma unidade bem preservada, pois inexistem fatores que corroboram para a antropização como estradas, assentamentos humanos, mineração, moradores, ocupantes ou invasores. Nesta UC é comum a ocorrência de espécies em extinção, tais como o boto (Sotalia guianensis), peixe-boi (Trichechus manatus), flamingo (Phoenicopterus ruber) e tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla), bem como a maior concentração de macropredadores da Amazônia como a onça-pintada(Panthera onca). 

É importante ressaltar que a Esec desfruta de alguns privilégios, tais como: situação fundiária regularizada, reconhecimento de sua importância pela população do entorno e integração entre colaboradores e parceiros objetivando a melhor gestão do ambiente.

O gerenciamento da Esec, contudo, é dificultado em virtude de sua separação do continente pelas macromarés e da falta de embarcações adequadas para seu monitoramento. Por se localizar em mar aberto, permite o acesso em toda sua extensão (aproximadamente 150 quilômetros), propiciando ilícitos ambientais.  

Alguns fatores contribuem para a destruição dos habitats na Esec, como o crescimento exponencial da fauna exótica invasora e a falta de um plano de controle para contê-la. Desta forma, a gestão da unidade precisa ser mais efetiva e dinâmica. 

O plano de manejo está em fase de elaboração. O ICMBio realiza atividades de proteção, educação ambiental, apoio à pesquisa, implantação e manutenção de infraestrutura, bem como para definição de aspectos normativos e administrativos.

FONTE: Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Amapá (SEMA/AP), livro: Áreas Protegidas do Amapá. , com apoio de técnicos do ICMBio/AP, da ONG Instituto de Pesquisa e Formação Indígena (IEPÉ).

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