Floresta Estadual do Amapá

A Floresta Estadual (Flota) do Amapá é uma Unidade de Conservação (UC) de uso sustentável, criada com o objetivo de promover o uso racional dos recursos naturais de maneira que garanta sua perenidade e a dos processos ecológicos de forma socialmente justa e economicamente viável. 

Foi criada pela Lei estadual nº1.028, de 12 de julho de 2006, com uma área descontínua de floresta nativa estimada em 2,3 milhões de hectares, que abrange 16,5% do Estado do Amapá. Seu território compreende os municípios de Serra do Navio, Pedra Branca, Mazagão, Porto Grande, Ferreira Gomes, Tartarugalzinho, Pracuúba, Amapá, Calçoene e Oiapoque. A UC está distribuída em quatro módulos, denominados de I, II, III e IV, e todos são considerados passíveis para processos de concessão de outorga florestal.

A Flota é de gestão da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) do Amapá. Foi criada em terras da união que foram repassadas ao Estado do Amapá com o compromisso de estimular a produção e o desenvolvimento econômico sustentável.

Limita-se ao norte com a Reserva Indígena Uaçá; ao sul com a Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Iratapuru; a oeste com o Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, a Terra Indígena Waiãpi e a Floresta Nacional do Amapá; e a nordeste com o Parque Nacional do Cabo Orange. Sua porção leste está próxima a BR-156. 

Por estar distribuída em dez municípios do estado e não apresentar uma sede definida, o acesso a partir do município de Macapá pode ser pelas BR-156 e BR-210. A vegetação predominante na Flota é floresta de terra firme, especialmente floresta ombrófila densa submontana das terras baixas.

No Biênio 2009-2010, o desmatamento nesta UC apresentou o maior índice de supressão florestal dentre as áreas protegidas do estado, principalmente próximo a BR-156 e aos Projetos de Assentamento situados no entorno da Flota. 

A pressão antrópica na área decorre grandemente da existência de 18 Projetos de Assentamento no entorno, a saber: PA Irineu e Felipe, Cruzeiro, Piqui do Amapá, Cujubim, Bom Jesus dos Fernandes, Cedro, Nova Vida, Manoel Jacinto, Lourenço, Nova Canaã, Matão do Piaçacá, Pancada do Camaipi, Vila Velha do Cassiporé, Perimetral, Serra do Navio, Pedra Branca, Munguba e o Projeto de Assentamento Agroextrativista do Maracá.

A UC possui potencial econômico para exploração madeireira e não madeireira, extrativismo vegetal e mineral, pesquisa científica, serviços ambientais e ecoturismo. 

Em 2009, foi realizado o inventário florestal da Flota a fim de identificar a aptidão da área para exploração de madeira por meio de concessão florestal. A UC possui indicadores de estoque de espécies madeireiras de valor comercial que podem garantir a sustentabilidade de empreendimentos florestais.

Para que suas atividades produtivas sejam iniciadas, é necessário adotar medidas adicionais no âmbito normativo, institucional e de monitoramento ambiental, como: a construção de bases físicas equipadas em pontos estratégicos; a demarcação e regularização fundiária; a identificação das comunidades locais para a formação do conselho gestor; e a elaboração e implementação do plano de manejo.

Atualmente, estão sendo desenvolvidos inventários biológicos e o diagnóstico socioeconômico para subsidiar o plano de manejo, o qual destinará usos diferenciados para cada módulo da Flota, considerando suas diferentes vocações.  

FONTE: Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Amapá (SEMA/AP), livro: Áreas Protegidas do Amapá. , com apoio de técnicos do ICMBio/AP, da ONG Instituto de Pesquisa e Formação Indígena (IEPÉ).