Reserva Biológica do Lago Piratuba

A Reserva Biológica do Lago Piratuba é uma Unidade de Conservação de proteção integral, criada com o objetivo de preservar a diversidade biológica da região dos lagos e dos manguezais do Estado do Amapá, estabelecendo programas de proteção e monitoramento e incentivando a realização de pesquisas, educação ambiental e a visitação pública.

Foi criada pelo Decreto federal nº. 84.914, de 16 de julho de 1980, e teve seus limites alterados pelo Decreto federal nº. 89.932, de 10 de julho de 1984. Possui aproximadamente 400.000 hectares, situados na porção leste do Estado do Amapá, no setor atlântico da planície costeira, região do baixo curso do rio Araguari, próximo à foz do rio Amazonas. Abrange parte dos municípios do Amapá e Tartarugalzinho. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio) é o órgão gestor.

A Unidade de Concervação faz fronteira com os municípios de Pracuúba e Cutias. Para chegar à sede da unidade a partir de Macapá, na comunidade do Tabaco, município de Amapá, percorrem-se 150 quilômetros pela BR-156 até a cidade de Cutias. A partir de Cutias o acesso é fluvial, descendo o rio Araguari por mais de 100 quilômetros.

A vegetação predominante na Rebio são os campos inundáveis e manchas de florestas de várzea que ocorrem ao longo das margens do rio Araguari e na parte oeste e noroeste da Unidade de Conservação. O mangue, ecossistema de alta produtividade biológica, ocupa as áreas da foz do rio Araguari até o limite norte da UC, apresentando maior extensão na região dos lagos, compreendida entre o povoado de Sucuriju e o lago Piratuba. 

A Rebio está sob a influência do sistema de dispersão do rio Amazonas, apresentando uma faixa litorânea de planícies de inundação e extensas áreas planas sujeitas às inundações periódicas que afetam os manguezais, lagos e campos inundáveis. A área apresenta elevados índices pluviométricos locais e forte influência da maré.

Em função da grande diversidade de fitofisionomias a sua fauna é muito rica e diversificada, servindo de berço para a reprodução de aves migratórias e de quelônios.

O difícil acesso ao seu interior dificulta a fiscalização e o controle da pressão antrópica causada por extrativismo vegetal, pesca predatória nos lagos e criação de bubalinos.

Nos últimos anos, a gestão da unidade concentrou-se na diminuição dos incêndios em seu interior, na criação e implantação do conselho consultivo, na elaboração do plano de manejo, na elaboração e assinatura de Termo de Compromisso com as populações tradicionais residentes e de Termo de Ajustamento de Conduta com os pecuaristas do interior e entorno da unidade.