Parque Nacional do Cabo Orange

O Parque Nacional do Cabo Orange é uma Unidade de Conservação de proteção integral, criada com o objetivo de proteger ambientes marinhos e costeiros. 

Foi criado pelo Decreto federal n°.84.913, de15 de julho de 1980, com uma área de 619 mil hectares. Possui uma faixa litorânea de 200 quilômetros de extensão e avança 10 quilômetros mar adentro. Está localizado no extremo norte do Estado do Amapá, abrangendo parte dos municípios de Calçoene e Oiapoque, na divisa com a Guiana Francesa. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) é o órgão responsável por sua gestão.

O Parna possui algumas peculiaridades geográficas em virtude de sua localização. Ao norte e a leste limita-se com o oceano Atlântico; a oeste com as áreas indígenas Uaçá e Juminá; e ao sul e sudoeste com a Floresta Estadual do Amapá, Terra Quilombola Cunaní e o Projeto de Assentamento Vila Velha.

A partir de Macapá, o acesso ao Parna é pela BR-156 no sentido Oiapoque até o rio Cassiporé; um trecho de aproximadamente 500 quilômetros. A partir daí o acesso é fluvial até a vila Taperebá, onde está situada a sede do parque.

Na área ocorrem cinco tipos de vegetações: floresta de terra firme, floresta de várzea, campo inundável, mangue e cerrado. 

A fauna também é bastante rica e diversificada, incluindo a ocorrência de onça-pintada (Panthera onca), suçuarana (Puma concolor), veado-campeiro (Odocoileus virginianus), jacaré-açu (Melanosuchus niger) e várias espécies de tartaruga, como a tartaruga-verde (Chelonia mydas) e a tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea).

O Parna é um dos poucos lugares onde se pode encontrar o peixe-boi marinho e o de água doce (Trichechus manatus), sendo também reduto de várias espécies da avifauna, como o guará (Eudocimus ruber) e o flamingo (Phoenicopterus ruber). Encontram-se também ninhais de tuiuiús (Jabiru mycteria), marrecas (Dendrocygna autumnalis) e colhereiros (Platalea ajaja).

Apesar de ser uma área protegida, no interior da UC existem áreas alteradas por desmatamentos, principalmente na faixa do ecossistema de cerrado, ao sul e sudoeste. Há pequenas criações de búfalo, com ocorrência de incêndios nas áreas de criação durante o verão. 

No interior do Parna há também duas comunidades: Vila Taperebá e Vila Velha. Embora essas ocupações sejam incompatíveis com a categoria da UC, seus moradores possuem um bom relacionamento com o ICMBio, o órgão gestor da UC. Esses moradores devem ser indenizados e reassentados.

Além disso, a parte costeira do Parna, que abrange uma faixa marítima de 10 quilômetros de largura, sofre grande pressão da pesca clandestina. Por ser rica em pescado, a área é explorada por pescadores de outros estados e de outros países. A grande extensão da área e o número insuficiente de técnicos no órgão gestor dificultam seu gerenciamento, monitoramento e fiscalização. 

No entorno do Parna, por sua vez, a existência de assentamentos, terra quilombola (Vila Cunani ao sul) e indígena (TI Uaçá a oeste) e a BR-156expõe a área a algumas pressões antrópicas. Foi identificada a ocorrência de  desmatamento, caça, pesca, coleta predatória de caranguejo e de ovos de tartaruga. 

Dessa forma, o monitoramento no Parna precisa ser mais ágil e eficiente em função da grande pressão que sofre atualmente e sofrerá futuramente com a inauguração da ponte binacional que interligará o Brasil à Guiana Francesa.

O parque possui locais de grande beleza cênica, apresentando potencial para o ecoturismo. Entretanto, a distância até os centros urbanos é um fator que limita a visitação.

O plano de manejo da área já foi concluído e o conselho consultivo foi formado. O conselho é composto por representantes de órgãos e entidades governamentais, associações locais, povos indígenas, colônias de pescadores, organizações não governamentais e do setor privado

FONTE: Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Amapá (SEMA/AP), livro: Áreas Protegidas do Amapá. , com apoio de técnicos do ICMBio/AP, da ONG Instituto de Pesquisa e Formação Indígena (IEPÉ).

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