Viagens e Turismo no Amapá Floresta Nacional do Amapá

Floresta Nacional do Amapá

A Floresta Nacional do Amapá (FLONA) é uma Unidade de Conservação de uso sustentável, criada com o objetivo de promover o manejo dos recursos naturais, com ênfase na produção sustentável da floresta. 

Foi criada pelo Decreto-Lei federal nº 97.630, de 10 de abril de 1989, comuma área de 412.000 hectares na porção central do estado. Está próxima à sede do município de Serra do Navio e abrange os territórios dos municípios de Ferreira Gomes, Pracuúba e Amapá. Sua gestão é de responsabilidade do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).(

A Flona limita-se em quase toda sua extensão com UCs: ao norte, sul e leste com a Floresta Estadual do Amapá; e ao norte e oeste com o Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque. Apenas uma pequena porção ao sul limita-se com o Projeto de Assentamento Serra do Navio.

Para se chegar à Flona, partindo de Macapá, percorre-se 108 quilômetros pela BR-156 até a sede do município de Porto Grande. Deste ponto segue-se a montante do rio Araguari até o encontro com o rio Falsino, distante aproximadamente 6 horas via fluvial.

A Flona Nacional do Amapá possui um alto índice de biodiversidade. A vegetação predominante é floresta ombrófila densa submontana das terras baixas. Mamíferos como a ariranha (Pteronuras brasiliensis), tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla), tatu-canastra (Priodontes giganteus), onça-pintada (Panthera onca) e o gato-do-mato (Leopardus sp) são algumas espécies da fauna encontradas na região, que estão ameaçadas de extinção. 

Por sua localização entre outras duas UCs e pela falta de acesso terrestre, a Flona é considerada uma das unidades mais protegidas no estado. Mesmo assim, possuialtos índices de áreas alteradas ao sul em virtude da enorme população residente noProjeto de Assentamento Serra do Navio. Outra ameaça são os garimpos encontrados no interior da Flona, estimulados pela exploração mineral no munícipio de Serra do Navio(Figura 13). Na porção sudoeste da Flona há um garimpo desativado recentemente. Atividades de caça e pesca praticadas pelas comunidades do entorno precisam ainda ser regularizadas.

Dentro da importância ecológica da Flona está a conservação dos recursos hídricos estaduais, já que em suas delimitações percorrem o rio Araguari e o rio Falsino, dois dos maiores rios estaduais. A preservação destes trechos é de suma importância no contexto do Estado do Amapá, pois são os rios com a maior atividade antrópica em suas margens e, consequentemente, maior alteração da qualidade de suas águas.  

Esforços conjuntos dos governos federal e estadual são feitos para proteger o entorno da Flona das ameaças provenientes do crescimento desordenado do Projeto de Assentamento Serra do Navio. Para isso, desenvolvem programas e projetos que conscientizam e evitam o assentamento ilegal e insustentável na região. Também são incentivadas práticas preservacionistas pelas comunidades que vivem no entorno desta floresta. Um exemplo são os incentivos financeiros ao manejo sustentável do açaí (Euterpe oleracea) nas comunidades ribeirinhas do rio Araguari e rio Falsino.

Conforme inventário realizado na época de sua criação, a UC possui elevado potencial madeireiro, abrigando espécies como maçaranduba (Manilkara huberi), piquiá (Cariocar villosum), angelim-rajado (Zigia racemosa), louro-vermelho (Ocotea rubra), acapu (Vouacapoua americana), aquariquara (Minquartia guianensis), cupiúba (Goupia glabra), copaíba (Copaifera reticulata), maparajuba (Mimusops maparajuba), tatajuba (Bagassa guianensis), sorva (Couma macrocarpa), mandioqueira (Qualea sp), quaruba (Vochysia sp) e cumaru (Coumarouna adorata). Possui também espécies não madeireiras com grande valor, tradicionalmente extraídas pelas populações locais, como o cipó-titica (Heteropsis flexuosa), os frutos das palmeiras de açaí (Euterpe oleracea), bacaba (Oenocarpus bacaba) e pupunha (Bactris gasipaes) (AMAPÁ, 2011).

A Flona abriga umarede de pesquisa permanente do Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PPBio). Trata-se de um programa gerado no âmbito da Secretaria de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento (Seped), do Ministério de Ciência e Tecnologia. É desenvolvido em consonância com os princípios da Convenção sobre Diversidade Biológica, com as diretrizes da Política Nacional de Biodiversidade (Decreto nº 4.339, de 22 de agosto de 2002) e com as prioridades apontadas pela Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia de 2002.

FONTE: Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Amapá (SEMA/AP), livro: Áreas Protegidas do Amapá. , com apoio de técnicos do ICMBio/AP, da ONG Instituto de Pesquisa e Formação Indígena (IEPÉ).

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